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Guerra do Vietnã



A Guerra do Vietnã, também conhecida no território vietname como “A Guerra da Resistência”, foi um conflito que ocorreu entre 1955 e 1975, em pleno contexto da Guerra Fria. Para alguns historiadores e analistas internacionais, esse conflito foi um dos maiores símbolos da bipolaridade da época, refletindo bem os dois lados da moeda: o bloco comunista e o bloco capitalista.

Apesar de o conflito ter sido travado pelo Vietnã do Sul e o Vietnã do Norte, contou com uma intensa participação dos Estados Unidos. O seu antecedente deriva da Guerra da Indochina, que ocorreu entre 1946 e 1954. A região da Indochina (colônia que agrupava Vietnã, Laos e Camboja) era de domínio francês e os vietnamitas, vinculados ao Vietnã (?), lutaram contra as tropas francesas para garantir a independência do local. Após esse conflito, na Conferência de Genebra realizada em 1954, proclamou-se a independência do Vietnã e dividiu-se o território em duas unidades ideologicamente contrastantes.

O Vietnã do Norte, de orientação comunista, seria governado por Ho Chi Minh e teria Hanói como capital. Já o Vietnã do Sul, seria governado por Bao Dai (substituído por Ngo Diem Dinh em 1955) e teria Saigon como capital. Cada governo seria aliado à União Soviética e aos Estados Unidos, respectivamente.

Na Conferência, também foi acordado que a reunificação do local se daria por eleições livres. No entanto, Diem Dihn, líder sulista, não aceitou a proposta, alegando que o Norte não conduziria essas eleições de forma honesta. A partir daí, houve uma escalada de tensão entre as duas entidades, a qual já era agravada pelo contexto de bipolaridade.

Ho Chi Minh, líder nortista, convocou os guerrilheiros comunistas do Sul e soldados da Frente Nacional de Libertação (conhecidos como vietcongues) e passou a promover ataques e atos de sabotagem contra a outra parte. A Revolução Chinesa, de 1949, chamou a atenção dos Estados Unidos para o avanço do comunismo na região. A Guerra da Indochina também serviu de alerta, e contou com o apoio norte-americano à França. O governo de Lyndon Johnson, presidente dos EUA à época, preocupado com as transformações ocorridas, prestou total apoio ao Vietnã do Sul.

De fato, a presença dos EUA na Guerra do Vietnã se deu por temor ao avanço do comunismo, mas o pretexto usado para adentrarem no conflito oficialmente foi o incidente que ocorreu no Golfo de Tonquim. Nesse incidente, uma embarcação americana chamada USS Maddox foi, supostamente, atacada, duas vezes, por um torpedeiro norte-vietnamita em agosto de 1964.

A Guerra do Vietnã chocou o mundo inteiro por violações claras e massivas de direitos humanitários. Foi um conflito marcado por polêmicas e acusações, principalmente contra o exército norte-americano, de uso de armas químicas, napalm e promoção de massacres contra civis das pequenas aldeias. De acordo com o exército dos EUA, o napalm era usado para incendiar grandes trechos de florestas e o agente laranja seria para desfolhar esses trechos, com a finalidade de impedir que os exército vietname do norte usufruísse da floresta como esconderijo.

Paralelamente, o contexto da época era de insurgência de movimentos contracultura e a Ofensiva do Tet foi a gota d’água para que movimentos norte-americanos clamassem pelo fim da Guerra do Vietnã. A chamada Ofensiva do Tet foi uma estratégia surpresa lançada contra o exército norte-americano que daria vantagem ao Vietnã no Norte e definiria os rumos da guerra. O exército dos EUA teve uma baixa de cerca de 58 mil mortos. Os dados oficiais sugerem que 1,5 milhão de pessoas tenham morrido durante o conflito, mas extra oficialmente, acredita-se que houve, na verdade, cerca de 3 milhões de mortes.

A pressão popular causada pelos horrores do conflito forçou o presidente norte-americano à época, Richard Nixon, a negociar um cessar-fogo com o governo do Vietnã do Norte. Esse acordo foi assinado no dia 27 de janeiro de 1973 e oficializou a saída dos Estados Unidos da Guerra do Vietnã. Além disso, em junho do mesmo ano, o senado americano aprovou, ainda, uma emenda proibindo um novo envolvimento do país na guerra.

A saída dos EUA da guerra fez com que o governo do Vietnã do Sul perdesse apoio militar e não tivesse mais infraestrutura de defesa e nem de ataque contra o Vietnã do Norte, inviabilizando a sua resistência no conflito. Apenas a Ofensiva Tet permitiu às tropas do Norte recuperar mais de cem localidades das forças do Sul. Sem o apoio do bloco capitalista, as forças comunistas iniciaram ofensivas que resultaram na conquista da cidade de Saigon, em 1975, e na derrubada do governo sul-vietnamita. Isso pôs fim ao conflito, e o Vietnã foi unificado e governado pelos comunistas a partir de 1976.


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